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Patrocínios de casas de apostas no futebol brasileiro

18 ago. 2025

Descubra quais casas de apostas estão investindo no futebol brasileiro e quais clubes da Série A e B recebem esses patrocínios. Este guia é atualizado com os contratos mais recentes e os valores envolvidos.

Vasco Matos
Especialista em Apostas

Se antes a principal fonte de receita extra-campo vinha de empresas de bancos, varejo ou telecomunicações, hoje as casas de apostas assumiram o protagonismo. De 2022 a 2025, os contratos de patrocínio com empresas de apostas saltaram de cerca de R$ 300 milhões para mais de R$ 780 milhões anuais, consolidando-se como a principal fonte de renda para muitos clubes.

Esse movimento não aconteceu por acaso. O avanço da tecnologia, a popularização das apostas online e a regulamentação do setor no Brasil criaram um ambiente fértil para essas empresas entrarem com força no futebol. Para os clubes, a chegada das casas de apostas significou a possibilidade de pagar salários em dia, contratar jogadores de ponta, investir em categorias de base e, em muitos casos, quitar dívidas históricas.

Neste artigo, você confere quem patrocina quem, quais clubes ganham mais com o setor e como o futebol brasileiro se reposiciona diante desse novo modelo de financiamento. Tudo com dados atualizados, comparações e uma visão crítica do cenário.

Quem patrocina quem?

Além dos grandes contratos, o mercado se diversificou. Hoje, não são apenas as melhores e mais poderosas casas de apostas do país, como Betano, Sportingbet ou Superbet, que dominam as camisas. Com a regulamentação, vemos também empresas nacionais e regionais disputando espaço.

Esse cenário revela um verdadeiro mapa de influência, onde diferentes operadoras lutam por visibilidade em praças estratégicas, e os clubes aproveitam essa disputa para negociar contratos cada vez mais vantajosos. Praticamente todos os anos são quebrados recordes em termos de números.

Serie A

A tabela a seguir mostra uma visão geral de cada clube da Série A em 2025, detalhando a casa de apostas parceira e o tipo de patrocínio firmado. É uma ferramenta útil para quem deseja acompanhar de perto as movimentações do mercado.

Serie B

A Série B do Campeonato Brasileiro também segue a tendência de forte presença das casas de apostas. Em 2025, a maioria dos clubes já conta com contratos de patrocínio máster, reforçando a importância dessas parcerias para manter elencos competitivos e equilibrar as finanças.

Ao contrário da Série A, alguns clubes da Série B ainda não fecharam acordos ou optaram por interromper temporariamente as negociações, mas a expectativa é que, nos próximos anos, praticamente todos os times tenham alguma relação comercial com o setor.

A tabela a seguir apresenta um panorama completo dos clubes da Série B, destacando suas respectivas casas de apostas e o tipo de patrocínio firmado.

Quem ganha mais dinheiro das bets? Top 5

Os contratos de patrocínio com casas de apostas movimentam valores impressionantes no futebol brasileiro. Entre todos os clubes, quem lidera a lista são as grandes potências nacionais, que atraem mais visibilidade e, consequentemente, maiores cifras. Flamengo, Corinthians e Palmeiras aparecem no topo, superando a marca de R$ 100 milhões anuais cada.

Essa diferença reflete o poder de audiência e o potencial de retorno de mídia desses clubes, consolidando-os como os principais “vencedores” na corrida pelos milhões das bets.

Segundo um estudo do portal BônusDeApostas.com, em 2025 o recorde de receitas provenientes de patrocinadores máster foi novamente superado, embora por uma margem muito pequena.

Em 2024, a média dos contratos era de R$ 63,77 milhões, enquanto em 2025 esse valor passou para R$ 63,82 milhões, um crescimento de apenas 0,08% - Eduardo Sena, BDA

A força dos patrocínios na Série A

O Campeonato Brasileiro da Série A é a maior vitrine do futebol nacional, reunindo clubes de maior torcida, maior mídia e maior visibilidade. Em 2025, 18 dos 20 clubes têm patrocínio máster de casas de apostas. Isso não apenas evidencia o poder econômico dessas empresas, mas também mostra como o futebol brasileiro ficou dependente desse tipo de contrato.

Esse cenário é muito diferente do que se vê em ligas tradicionais da Europa. Enquanto países como Itália e Espanha baniram totalmente patrocínios de apostas nos uniformes, o Brasil avançou no sentido oposto, incentivando regulamentações para ampliar arrecadação e garantir maior fiscalização.

Numero de times da serie A com patrocinador master de bets vs outros

Dentre os 20 clubes da Série A em 2025, há apenas dois que não contam com uma casa de apostas como patrocínio máster (posicionado no centro da camisa):

  • Red Bull Bragantino: mantém o logo da Red Bull como patrocinador principal. A casa de apostas Betfast aparece apenas nas mangas e na parte inferior dos números, ou seja, não é o patrocínio máster.

  • Mirassol: exibe como patrocínio principal a marca Guaraná Poty; a casa de apostas 7KBet aparece em posição secundária no uniforme, mas não ocupa o espaço central.

A evolução do investimento

Ao observarmos os números, vemos que os patrocínios de apostas no futebol brasileiro passaram de cerca de R$ 300 milhões em 2022 para mais de R$ 780 milhões em 2025. Esse aumento está ligado não apenas ao crescimento do setor de apostas no Brasil, mas também à necessidade urgente dos clubes em captar recursos, melhorar elencos e quitar dívidas.

Essa evolução também indica uma tendência de “leilão” entre as casas de apostas, que passaram a disputar espaço com valores cada vez mais altos, tornando-se responsáveis por contratos históricos.

Comparação com outros mercados

Fora do Brasil, o cenário dos patrocínios de apostas tem mudado bastante por causa das leis. Na Itália, a proibição veio em 2019 com o Decreto Dignità, que vetou qualquer publicidade de apostas no esporte. Na Espanha, desde 2021 a Lei do Juego também proibiu patrocínios em camisas e estádios, num movimento focado em proteger menores e públicos vulneráveis.

Na Inglaterra, a Premier League anunciou uma mudança importante: a partir de 2026/27, casas de apostas não poderão mais estampar a parte frontal da camisa, embora continuem liberadas em mangas e placas publicitárias. Por lá, a autorregulação tenta equilibrar a liberdade comercial e as preocupações sociais.

Para ter uma ideia, somando Série A e B, o mercado brasileiro já movimenta mais de R$ 1,3 bilhão por ano só em patrocínios de apostas, com cifras comparáveis ou até superiores ao que clubes de primeira linha recebem em países como Inglaterra, Alemanha e França.

Enquanto lá fora a tendência é reduzir a exposição, no Brasil os contratos seguem crescendo, sem proibições formais. Mas o debate já chegou ao Congresso, com propostas que discutem desde limites de horário na TV até restrições em uniformes. Por enquanto, seguimos como um dos mercados mais abertos do mundo para as bets.