Casas de apostas ainda aceitam boleto em 2025? Entenda as novas regras

Indo direto ao ponto: o Boleto Bancário não é mais um método de depósito direto permitido pelas regras atuais para sites de apostas licenciados no Brasil.

A Portaria SPA/MF nº 615/2024, que especifica os meios de pagamento autorizados para depósito, lista apenas PIX, TED, Cartão de Débito e Cartão Pré-Pago. O Boleto ficou de fora dessa lista oficial. Isso significa que as casas que operam legalmente não podem simplesmente gerar um boleto para você pagar e creditar na sua conta de apostas como faziam antigamente.

A exclusão do Boleto como método direto não foi por acaso. Ele apresenta dificuldades em atender a alguns dos pilares da nova regulamentação, focada em controle e segurança pelo BACEN:

• Desafios de rastreabilidade e controle do Banco Central: a natureza do boleto envolve um pagamento que pode ser feito offline (em lotéricas, caixas eletrônicos, até em dinheiro) e uma compensação que leva de 1 a 3 dias úteis. Isso contrasta fortemente com a exigência de rastreabilidade e monitoramento quase em tempo real das transações financeiras dentro do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), algo que métodos eletrônicos como PIX e TED oferecem ao BACEN.
• Dificuldades com a verificação da conta nominal: outro ponto crucial é a regra da Conta Nominal (ou seja, vínculo com o CPF). É impossível para a casa de apostas garantir, no momento em que um boleto é pago (possivelmente por terceiros ou em dinheiro), que aqueles fundos específicos se originaram de uma conta bancária pertencente ao mesmo CPF do titular da conta de apostas. Essa falta de vínculo direto na origem do pagamento dificulta a conformidade com a regra, um requisito que também representa uma barreira para outros métodos, como Neteller, Paypal ou Payz, por exemplo.

É impossível falar de pagamentos online no Brasil sem lembrar do Boleto Bancário. Por muitos anos, ele foi sim uma das formas mais populares e acessíveis para brasileiros depositarem em casas de apostas, especialmente quando contas em Reais se tornaram comuns.

O grande porém sempre foi a demora na compensação. Para contornar isso e atender à ansiedade dos apostadores, muitas casas implementaram a famosa "liberação antecipada". Lembra? Você pagava o boleto, enviava o comprovante para o suporte e, se estivesse tudo certo (e dentro de certos limites de valor), eles adiantavam o crédito na sua conta em poucas horas. Essa prática, que era bem popular na época, mostra o quanto o boleto era relevante, apesar de suas limitações. Com a chegada do PIX o Boleto se tornou praticamente irrelevante. Agora, com as novas regras, essa era chegou mesmo ao fim.

"Ok, não posso gerar um boleto direto no site de aposta. Mas posso pagar um boleto para carregar minha conta numa fintech (conta de pagamento digital) e depois usar o PIX dessa fintech para apostar?"

Essa é uma dúvida comum. Tecnicamente, sim, você pode carregar contas de pagamento via boleto. No entanto, é preciso muita atenção a três pontos em específico:

1. Complexidade e taxas: você adiciona etapas desnecessárias ao processo e pode acabar pagando taxas para carregar a conta de pagamento via boleto.
2. Conformidade da fintech: a conta de pagamento que você usa precisa ser de uma instituição autorizada pelo BACEN e que siga todas as regras de verificação e Conta Nominal exigidas para transações de apostas. Nem toda fintech pode estar 100% adequada para originar um PIX para uma casa de apostas legal.
3. Rastreabilidade da origem: a regra da Conta Nominal visa garantir a origem lícita dos fundos desde a conta bancária original do CPF. Usar boleto como intermediário pode complicar essa rastreabilidade para as autoridades.

Com o boleto fora das opções diretas, o PIX se estabelece como a solução definitiva para pagamentos em casas de apostas. Ele oferece:

• Rapidez: depósitos e saques instantâneos ou muito rápidos.
• Segurança: transações dentro do sistema regulado pelo BACEN.
• Praticidade: pagamento direto pelo app do seu banco, 24/7.
• Conformidade: atende a todas as regras da legislação.
• Gratuito: sem taxas para o usuário.